Sibélia Zanon
A árvore de Natal é uma
tradição que ganha vida em muitas casas, a cada ano. “A árvore de Natal com as velas acesas surgiu somente por volta do ano
1600 na Alemanha. Utilizavam-se pequenos buxos em cujas pontas se colocavam
velas. As pequenas árvores de buxos, enfeitadas apenas com velas, significavam
simbolicamente que em uma Noite Sagrada viera a Luz para a Terra... Mais tarde
se utilizaram de árvores maiores, tipo pinheiro, com a mesma finalidade.
Contudo, durante longo tempo as velas continuaram como único enfeite das
'árvores de Natal'”, conta Roselis von Sass, em sua narrativa sobre costumes natalinos de tempos passados, em O Livro do Juízo Final.
A simbologia da
árvore, de modo geral, é ampla e abrange aspectos muito profundos. “Pelo fato de suas raízes mergulharem no solo
e de seus galhos se elevarem para o céu, a árvore é universalmente considerada
como símbolo das relações que se estabelecem entre a terra e o céu”, relatam
Jean Chevalier e Alain Gheerbrant no Dicionário de Símbolos.
Contudo,
nos dias de hoje, poucos são aqueles que pensam no céu ao enfeitar a árvore de Natal. Os pensamentos ligados às obrigações e
distrações terrenas e a tudo o que é material, incluindo aí as “obrigações
natalinas”, parecem proliferar com mais força do que os pensamentos que nos conectam
ao céu. “Nas árvores de Natal
excessivamente enfeitadas de hoje, já nada mais indica que numa noite se
acendera uma Luz na Terra através do nascimento de Jesus", conclui a escritora Roselis von Sass.
Assim, a pouca
valorização do real significado do Natal reflete em muitos que se reúnem em
volta da árvore. Que brilhos será que envolvem as pessoas nesse dia? Brilhos
passageiros e ilusórios, feito um sopro de purpurina, ou brilhos verdadeiros
como o da estrela de Belém, que calou fundo nos corações dos que puderam
observá-la naqueles dias?
Foi pensando
sobre isso e observando a ansiedade das crianças da casa pelos presentes
embaixo da árvore que uma mãe decidiu repensar o Natal da sua casa. Ela resolveu
que, em vez de ganhar presentes, cada integrante da família iria pensar nos
presentes que haviam ganhado ao longo do ano. Não necessariamente presentes
materiais, mas presentes da vida. E assim, em vez de bolas brilhantes, cada um
passou a pendurar fitas na árvore com palavras ou frases que simbolizavam as
coisas boas que haviam vivenciado naquele ano. A árvore de presentes se
transformou numa árvore de gratidão.
O que sentir no
Natal ou como sentir o Natal é uma questão que ocupa seriamente algumas
pessoas. “Como é estranho, pois, que cada
ser humano, que deseja que a festa de Natal atue de maneira excepcionalmente
certa sobre ele, procure se transportar para a infância! Isto é, pois, um sinal suficientemente nítido de que ele nem é capaz de vivenciar,
como adulto, a festa de Natal
com a intuição! É a prova de que perdeu alguma coisa que possuía
quando criança! Por que isso não dá o que pensar aos seres humanos!”, escreve Abdruschin na obra Na Luz da Verdade. Voltar
à infância não é a solução, mas resgatar a infantilidade,
a capacidade de sentir a vida com pureza pode ser uma porta que se abre para
sentir o Natal de uma maneira nova, com a intuição.
Cada árvore tem
um visual, pode ser enfeitada com as bolas brilhantes, pode ser enfeitada com
as fitas de gratidão, pode também ser a jabuticabeira do terraço que ganha um
brilho especial. Ou ainda pode ser uma árvore erguida e cultivada no interior
de cada pessoa que pensa no céu. Importante é como cada um adorna a sua árvore:
com brilhos de pouco peso, tagarelados pelo comércio e soprados feito purpurina
pela publicidade ou com o brilho de um acontecimento ímpar, de enorme
importância. Para sentir o Natal faz todo sentido deixar de lado parte dos
brilhos terrenos e pensar na conexão com o céu.
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