segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017
quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017
Dragões voadores
Os dragões aparecem nas tradições mitológicas de
diversos povos. Na China, por exemplo, o dragão é uma figura associada à
abundância, prosperidade e fortuna.
Eles também são figuras recorrentes no cinema, nos
brinquedos e no imaginário de muitos, que pegariam de bom grado uma carona
nesses répteis gigantes, capazes de planar no ar.
Dizem que o animal que hoje mais lembra um dragão é o
dragão de Komodo, que vive na Indonésia, tem até 3 metros de comprimento e
chega a pesar 70 quilos. Trata-se do maior lagarto do mundo.
Hoje, para muitos, o relacionamento entre humanos e
dragões parecerá fantasioso e improvável.
Mas num tempo em que o medo e a tristeza não
permeavam a relação entre seres humanos e animais, tudo pode ter sido muito diferente.
A admiração ou paixão que muitos nutrem pelos dragões
voadores pode até ser uma saudade ou uma lembrança dessa relação de confiança e
respeito com tudo o que é da natureza. Coisas que merecem ser resgatadas.
“Voar em dragões constituía uma vivência única, com a
qual cada homem sonhava desde a juventude. Considerando o grande número desses
animais que vivia naquela época no país, havia relativamente poucos ‘voadores’ de
dragões. Os responsáveis por isso eram os próprios dragões, pois comportavam-se
de maneira muito peculiar na escolha do homem a quem estavam dispostos a
reconhecer como amo. Sim, os dragões escolhiam seu amo, e não o contrário.
Vejamos: um homem que desejasse voar em dragões,
tinha de procurar uma fêmea de dragão. Isso demorava alguns dias ou semanas,
conforme a região onde ele habitasse. Tendo encontrado o animal, tinha de
aproximar-se dele. A melhor hora para isso era à tardinha, quando os dragões estavam
sentados, satisfeitos, perto de suas grutas. O visitante humano, naturalmente,
não vinha de mãos vazias. Trazia consigo gulodices que esses animais comiam com
especial prazer. Eram doces de mel enrolados em folhas.
O dragão observava com a cabeça bem erguida e sem o
menor movimento a aproximação do estranho. O cheiro e tudo o mais que emanava
desse estranho já há muito tinha chegado até ele, tendo sido ‘examinado’.
Se o resultado do ‘exame’ fosse favorável, o dragão movia
seu pescoço comprido de um lado para outro, como num cumprimento, enquanto suas
asas vibravam levemente.
Ao ver esses sinais, o estranho aproximava-se
rapidamente do animal, passava a mão carinhosamente pelo pescoço escamoso e
ofertava-lhe os doces de mel, que eram aceitos de bom grado. A união ou pacto
estava então selado, perdurando geralmente por toda a vida.”
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