quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Espiando pela fresta

As 22 frestas do livro trazem um olhar curioso para encontros e desencontros que experimentamos pela vida e pela imaginação. De cada encontro, colhemos uma dose de aconchego ou de inspiração e, dos desencontros, pode nascer uma semente poderosa, capaz de virar árvore crescida dentro de cada um.


terça-feira, 3 de novembro de 2015

Forças da natureza

Sibélia Zanon

Quem inventou o cheiro da hortelã?
E quem construiu as estrelas?
Quem faz correr as águas?

E quem abre as flores?
Delicadas mãozinhas tecem no silêncio.

Mãos fortes e majestosas tecem o indizível.


Pé no gramado, comer a jabuticaba direto da árvore, uma brincadeira na poça d’água, a primeira vez no mar...
 cada um tem suas recordações de infância.
Além do potencial
 sensorial e poético, a
 natureza oferta um enorme 
potencial pedagógico. Acompanhar o despertar de uma semente, a colheita de uma fruta, os ciclos nas estações.
Em tempos de mais cinzas do que verdes, que tal refletir sobre o visível e o invisível, que cercam as pequenas e grandes belezas da natureza?
Resgatar para o presente uma pincelada da relação próxima que os povos antigos tinham com os seres das florestas, das águas, do ar?
No livro Nina e o dedo espetado –Dompi, a personagem Nina conversa com sua amiga, a joaninha Julinha:
“— A Dompi é um ser da natureza, que cuida da hortelã e das outras ervas, sabe? A vovó sempre me conta histórias sobre fadas, gnomos, sereias... Ela me contou que a Dompi é mais ou menos do meu tamanho e tem um gorro vermelho enfeitado com folhas de hortelã, Julinha! Ai, ela deve ser tão linda!”
Quem eram os deuses da Antiguidade? 
Fadas, sereias, elfos, gigantes... Eles continuam vivos?
 A hortelã ainda não secou.
 Novas estrelas são descobertas.
 As flores não deixaram de se abrir. Falta abrir a cortina das lendas...
 e pressentir a grandiosidade do que nos cerca.
Nem tudo o que existe a gente vê e nem por isso as coisas deixam de existir!